Mais

    App aumenta em 83% renda dos catadores de materiais recicláveis

    Número se refere aos profissionais que utilizam carroça para transportar os materiais. Entre os profissionais motorizados, renda aumentou 64%

    Cataki, aplicativo idealizado pelo movimento Pimp My Carroça, realizou um estudo que mostra que a renda dos profissionais aumentou significativamente depois que eles se cadastraram na plataforma.

    Profissionais da reciclagem que utilizam carroças como instrumento de trabalho tiveram sua renda ampliada em 83% – os catadores que usam veículo motorizado, por sua vez, viram sua renda aumentar 64%. O objetivo do app é conectar as pessoas que geram resíduo aos profissionais que tiram seu sustento a partir desse material reciclável – dessa maneira, o app vem ampliando não só a renda dos catadores, mas também a percepção da sociedade de que catadores são profissionais que prestam um serviço especializado em reciclagem. De acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 90% de tudo que o Brasil recicla só foi tirado das ruas pelas mãos desses seres humanos.

    O principal motivo para o aumento da renda passa pelo fato de que, uma vez conectado ao app, o catador passa a receber chamadas diretamente dos geradores de resíduo, aumentando a qualidade e a quantidade e a qualidade dos materiais recebidos – 49% dos entrevistados afirmaram que hoje coletam mais quilos de materiais ao longo de um dia em relação ao período antes de começarem a utilizar o aplicativo.

    Além disso, o ecossistema do app estimula as pessoas a remunerarem os profissionais da reciclagem no momento da coleta. Quem chama um catador não está fazendo uma doação e sim contratando um profissional da reciclagem para prestar um serviço especializado.

    Essa ligação direta com o gerador de resíduo altera completamente a dinâmica de trabalho desses profissionais, aumentando também um fator incomensurável: a qualidade de vida dos catadores. Isso porque eles passam a exercer menos – ou até abolir – uma prática desgastante, mas que sempre foi corriqueira: o ato de “bater lata”, expressão utilizada por esses profissionais para designar a prática de procurar resíduos dentro de lixeiras, sarjetas e caçambas.

    Entrevistando mais de 137 catadores cadastrados no aplicativo, a pesquisa apontou alguns dados bastante curiosos, como a presença majoritária (81%) dos homens na plataforma e o fato de que a maioria (59%) se consideram negros. Mulheres que utilizam o Cataki têm menor aumento de renda média (47,3%), se comparada com a média de aumento dos homens (69,4%).

    Ainda de acordo com a pesquisa, a cada cinco pedidos de coleta realizados no app, dois são para carreto, ou seja, para o transporte de materiais que não são necessariamente recicláveis, como móveis antigos ou entulho de construção.

    Artigos recentes

    Notícias Relacionadas

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui