quinta-feira , 28 março 2024
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Cuidado com o golpe! Número de fraudes financeiras cresce 28% no último ano

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Em 2020, o volume de tentativas de fraudes no comércio eletrônico no Brasil aumentou quase 54% na comparação com 2019, segundo dados da Clearsale, empresa especializada no setor.

Considerando segmentos como e-commerce, mercado financeiro, telecomunicações, entre outros, foram analisados 106 bilhões de transações digitais, identificou 3,5 milhões de tentativas de fraude.

A pesquisa também mostra em quais dias da semana as fraudes no e-commerce são mais comuns. Em 2020, as quartas-feiras foram os dias que mais registraram tentativas de fraudes, respondendo por quase 17% do total, seguidos de perto por terça e quinta-feira. Já o período do dia em que os golpes mais aconteceram foi no intervalo entre 14h e 19h.

As compras online e a adesão aos meios digitais avançaram na pandemia, assim como as fraudes financeiras ocorridas na Internet nos últimos 12 meses. Foi isso que registrou a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

O aumento foi significativo, de 28% em relação ao período anterior. 59% dos brasileiros, ou o equivalente a 16,7 milhões de pessoas, foram vítimas de fraude. Em 2019, 46% haviam sofrido com o problema.

O valor médio do prejuízo foi de R$ 512,40. Entretanto, 20% das vítimas revelam que perderam mais de R$ 800,00. Somado, o prejuízo decorrente das fraudes financeiras na Internet e os gastos para reparar o problema chegou a R$ 2,7 bilhões nos últimos 12 meses.

Por que as fraudes aumentaram?

O maior uso da Internet, seja para fazer compras em lojas virtuais ou acessar o banco digital, facilitou o dia a dia dos brasileiros confinados em suas casas, contudo, este aumento acabou inserindo neste ecossistema, um público considerado “ingênuo” no mundo online, o que leva a serem mais suscetíveis a cair em golpes.

De acordo com levantamento da Loures Consultoria, 7,3 milhões de brasileiros fizeram uma compra online pela primeira vez na vida durante a pandemia. 46% inclusive chegaram a substituir as compras físicas pelas virtuais.

Já segundo a quinta edição do Observatório Febraban, a pandemia contribuiu para o atendimento bancário digital. 60% dos pesquisados passaram a utilizar mais os canais virtuais de seus bancos e descobriram o que é conta digital e como ela pode facilitar o dia a dia.

Além disso, o advento do PIX, que atualmente conta com mais de 250 milhões de chaves cadastradas, segundo dados do Banco Central, incentivou a digitalização dos clientes.

Também há de se considerar que os idosos são, historicamente, as maiores vítimas de golpes bancários, e que a presença deste grupo na Internet cresceu: 97% dos idosos brasileiros acessam a Internet, segundo a CNDL e o SPC. A Febraban afirma que houve um aumento de 60% nas tentativas contra essa população durante a pandemia.

Não podemos esquecer que os frequentes vazamentos de dados, contribuem e muito, para o sucesso nas tentativas de fraude.

O Brasil está no topo do ranking de países em vazamentos de dados de cartões, segundo dados da consultoria Axur. Cerca de 45% dos cartões vazados em 2020 foram brasileiros.

Perfil das vítimas

De acordo com o estudo, a maioria das vítimas são mulheres da classe C na faixa de 39 anos, com ensino médio completo. Confira o perfil completo dos internautas que sofreram fraude nos últimos 12 meses a seguir:

  • 51% mulheres, 49% homens

  • 56% da classe C, 44% da classe A/B

  • Idade média é de 39 anos

  • 53,6% tem ao menos o ensino médio completo

Lojas e empresas são a principal fonte das cobranças fraudulentas, com 44% dos casos relatados pelas vítimas. Na sequência, aparecem bancos e financeiras (26%) e serviços de TV por assinatura e/ou internet (24%). Com menor frequência, telefonia fixa ou móvel (9%) e serviços de luz (6%) e água (3%) também são reportados.

Principais golpes e como evitá-los

Entre as fraudes financeiras, as mais comuns são adquirir um produto ou serviço e não recebê-lo (41%) e aquisição de produtos ou serviços que chegam diferente das especificações do vendedor (41%).

A fraude por meio de cartão de crédito clonado é a segunda no ranking das fraudes financeiras (24%).

Para evitar este transtorno, o consumidor deve sempre averiguar a confiabilidade do e-commerce em que está fazendo a compra.

Uma pesquisa permite encontrar impressões no Reclame Aqui e nas redes sociais, e as lojas de reputação negativa devem ser evitadas. No caso dos marketplaces, a recomendação é ler os comentários e avaliar a pontuação do vendedor.

Além disso, o ideal é que o consumidor se informe para garantir que está comprando o item ou serviço correto. Dessa forma, ele não vai sair realizando a compra de primeira e terá menos chances de fazer uma má escolha.

Golpes por meio de ligações, e-mail, SMS ou WhatsApp que prometem dinheiro em troca de dados pessoais, bancários e um pagamento de honorários e o golpe da falsa cobrança também são frequentes e ocorrem em 17% e 15% dos casos respectivamente.

Apesar de ainda não estar ranqueado, o nº de contas “laranjas” tem aumentado nos últimos meses, ou seja, pessoas estão “emprestando” suas contas e/ou documentos para abertura de conta com intuito de receber recursos oriundos de transações ilícitas.

Importante lembrar que por trás de uma conta “laranja” há alguma prática ilícita, como esquemas de lavagem de dinheiro, corrupção e sonegação de impostos. Ao usarem “laranjas”, criminosos estão basicamente tentando esconder transações atrás de outras pessoas.

Para se proteger desses crimes, Marcelo Alves, responsável pela área de Prevenção e Combate à Fraude e PLDFT do Banco Bari separou algumas dicas:

  • Não realize compras em sites desconhecidos;

  • Evite “salvar” os dados do cartão nos sites;

  • Se puder, faça compras com cartões virtuais;

  • Faça contato nos canais oficiais das lojas envolvidas;

  • Não clique em links desconhecidos;

  • Não forneça códigos de validação e/ou senhas, tanto presencialmente, quanto por telefone.

Adotar medidas de proteção é muito importante, mas 9 em cada 10 consumidores ainda têm dificuldades para se proteger contra esse tipo de fraudes.

As sequelas vão além do prejuízo financeiro – 57% dos brasileiros não conseguem resgatar todo o valor. As vítimas também podem ser incluídas no cadastro de devedores e também relatam estresse, depressão, ansiedade e outros problemas psicológicos decorrentes do crime.

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