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Empreendedores inovam com software que avalia postura do trabalhador em 30 vezes por segundo

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Empresários brasileiros das áreas de tecnologia da informação e da ergonomia investem em uma inovação na área de segurança do trabalho. Uma ferramenta foi desenvolvida para aperfeiçoar e agilizar a avaliação da postura de trabalhadores nas empresas de diversos ramos. Trata-se do Kinebot, que é capaz de avaliar os movimentos de trabalhadores em 30 vezes por segundo. Tudo por meio de um sistema que coleta informações feitas com filmagens de smartphones, o que simplifica o trabalho dos ergonomistas, que são profissionais que avaliam e adequam os ambientes de trabalho para evitar acidentes e doenças.

“Diferente da atuação apenas dos ergonomistas, que, atualmente, conseguem avaliar cerca de duas a três vezes cada ciclo de trabalho de um colaborador”, explica Alison Alfred Klein, um dos fundadores da marca. A rapidez e os recursos da ferramenta trazem ganho de produtividade para os ergoanalistas. Segundo Alison, que também é fisioterapeuta do trabalho, o Kinebot faz um trabalho de análise com alta tecnologia por meio de um smartphone, algo que antes seria feito em laboratórios de cinemática, com alto custo e com demora na execução.

Funcionamento da ferramenta

Para colocar o software em funcionamento, é necessário realizar a filmagem do ciclo de trabalho do funcionário, com o uso de um smartphone. “É necessário filmar o corpo inteiro ou, ao menos, os membros do corpo que se deseja avaliar, sem a necessidade de um tempo mínimo ou máximo de vídeo. Tudo depende do tamanho do ciclo de trabalho”, explica Cauê Marinho, que também é um dos fundadores da marca.

A pessoa responsável pela filmagem também precisa manter uma distância razoável de quem está sendo filmado, para capturar bem as imagens. Não é necessária a utilização de acessórios, como tripés, para a gravação, e a qualidade da filmagem não precisa ser profissional. Após a captura das imagens, é necessário fazer o upload do vídeo na plataforma disponível na web. A partir disso, por meio de algoritmos, o sistema faz a avaliação dos movimentos do trabalhador.

O resultado é exibido em tabelas e gráficos. Com isso, o ergoanalista pode fazer recomendações à empresa. “Por isso é importante salientar que não substituímos o ergonomista. A ferramenta permite que o cliente faça a primeira coleta de dados pelo Kinebot, e, posteriormente, possa enviar para o profissional da área fazer uma avaliação de forma remota, sem precisar se deslocar até o local de avaliação”, explica Alison.

A ferramenta também melhora a segurança para evitar que, em virtude da pandemia, a equipe de trabalho tenha contato com pessoas de fora da empresa ou que estejam fora de sua equipe de trabalho. Isso representa um ganho de prevenção e distanciamento social tanto para as empresas quanto para os ergoanalistas.

Onde pode ser usada

O software pode ser utilizado por empresas de ergonomia ou locais de trabalho que tenham setor de ergonomia. Da mesma forma, pode ser utilizado por profissionais da área que trabalhem de forma autônoma.

O Kinebot facilita a avaliação em diversos ambientes de trabalho, em especial nas plantas industriais. A ferramenta possui um potencial de utilização amplo, que pode abranger outras áreas, como escolas (para avaliar postura de crianças), a movimentação de atletas para melhoria de performance ou também na avaliação da postura de pacientes em clínicas.

Como nasceu a novidade

A ferramenta é resultado da união do trabalho entre duas empresas: a SEFIT, especializada em serviços de ergonomia e fisioterapia do trabalho, e a PIXFY, que atua desde 2019 com tecnologia de visão computacional, machine learning e inteligência artificial.

Alison conta que trabalha há mais de 20 anos na área de ergonomia e sempre se defrontou com dificuldades de profissionais da área, que têm inúmeras ferramentas que avaliam pontualmente as situações e posturas de trabalho. “Notei que as soluções mais eficientes eram de difícil aplicação no contexto real (dentro das empresas) e que pela dificuldade de aplicação eram usadas apenas em contextos acadêmicos (dentro de laboratórios). Ou seja, havia a tecnologia, mas era de difícil acesso a realidade dos ergonomistas”.

O empresário se juntou com os fundadores da PIXFY para encontrar uma solução na área de visão computacional. “Após alguns meses de estudos e análises, foi realizado o desenvolvimento do software e a concepção do Kinebot. Atualmente são cerca de 1 ano e meio de desenvolvimento focado no algoritmo e na plataforma”, explica Cauê.

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