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Fintechs apostam no poder de consumo de 45 milhões de brasileiros sem conta em banco

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A inclusão financeira ainda é uma questão longe de estar resolvida no país. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostrou que existem 45 milhões de pessoas desbancarizadas no Brasil, o que equivale a 29% da população adulta do país. Isso as exclui do acesso a uma série de serviços financeiros, como compras online.

No entanto, o mesmo estudo mostra que esse enorme contingente é um público consumidor que movimenta anualmente mais de R$ 800 bilhões. Existe, portanto, uma demanda reprimida que as grandes instituições não atendem. Percebendo a oportunidade, as fintechs têm desenvolvido soluções que suprem essa lacuna e promovem a inclusão financeira.

Para abrir conta em um grande banco, é preciso apresentar uma série de documentos, entre os quais o comprovante de renda. O problema é que a maioria dessas pessoas não tem um trabalho formal e, portanto, simplesmente não tem essa documentação.

Além disso, muitas instituições financeiras não abrem conta para quem tem alguma restrição no CPF. Em janeiro deste ano, o número de brasileiros inadimplentes chegou a 63,8 milhões, o que representa nada menos do que 40% da população adulta do país. O fato de estar inadimplente, no entanto, não significa que a pessoa deixe de consumir completamente, mas dificulta bastante as formas de fazê-lo, já que ela não tem acesso a cartões de crédito e não consegue nem mesmo abrir uma conta bancária.

O surgimento das fintechs vem colaborando para a inclusão financeira dessa parcela da população, que segue pagando em dinheiro suas compras e contas. Foi essa constatação que levou a Fastcash a criar uma forma de receber pagamentos em dinheiro. “Eu comecei com um site que vendia acessórios para gamers e boa parte do meu público era composto por jovens, que não tinham conta em banco. Aí muitos clientes me ligavam para saber como poderiam pagar em dinheiro e alguns iam até a sede da empresa para dar o dinheiro”, afirma Renato da Silva Filho, fundador da Fastcash.

Por isso, ele desenvolveu uma maneira de receber pagamentos em dinheiro. O movimento foi decisivo e acabou se tornando a atividade principal de uma nova empresa, a Fastcash, fundada em 2012. Qualquer banco ou empresa interessada em receber pagamentos em dinheiro pode contratar a Fastcash como uma empresa de pagamento.

Assim, é possível, por exemplo, comprar uma passagem de avião, fazer compras em e-commerces ou pagar produtos digitais, como Uber ou Netflix. Tudo isso pagando em dinheiro.

O pagamento pode ser feito em cerca de 440 mil pontos espalhados em 5.500 cidades do país. São agências bancárias, correspondentes bancários, lojas afiliadas, POS (maquininha de cartão), caixas eletrônicos, instituições financeiras, agências dos Correios, lotéricas e até padarias credenciadas.

A agilidade é outro diferencial da solução, já que leva no máximo um dia útil para reconhecer o pagamento. “Quando o cliente deposita no caixa ‘humano’ do banco, conseguimos reconhecer o pagamento em até 15 minutos”, afirma Renato.

Essa é uma vantagem em relação ao boleto, que pode ter um prazo maior para que o pagamento seja reconhecido. Outro benefício é que o custo para a empresa é baixo, de apenas R$ 0,80 por transação, enquanto o boleto pode chegar a R$ 3 ou R$ 4. “Para que haja inclusão financeira, tem que ser benéfico tanto para o consumidor quanto para a empresa contratante, para que ela veja que vale a pena adotar a solução”, completa.

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