Investir em marcas sustentáveis é mais que uma tendência: hoje, as empresas sustentáveis atraem investidores porque focam tanto nos retornos sociais e ambientais quanto nos financeiros. Quem investe em companhias assim busca se associar a marcas que consigam demonstrar preocupação com sustentabilidade e com os impactos que geram na sociedade. Um dos mais recentes aportes foi do BTG: por meio do BoostLAB, que investiu R$ 12 milhões na startup Insider, que produz roupas sustentáveis e duráveis, economizando recursos e diminuindo o descarte a curto prazo das peças.
Apontada como tendência mundial, a busca por uma vida eco-friendly e cruelty free já são uma realidade e empresas do setor se destacam com esse viés na criação de peças sustentáveis e com menos agressão à natureza. Só no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima), no início do ano, o patrimônio líquido dos fundos na categoria sustentabilidade e governança foi de R$ 1,07 bilhão, quase o dobro comparado a 2020. A captação líquida, por sua vez, chegou a R$ 307,9 milhões no primeiro bimestre de 2021, crescimento de 787% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Quem viu aí uma oportunidade de inovação na criação de roupas com foco na funcionalidade foi a startup Insider. Desde que iniciou as atividades, em 2017, a marca investe na produção e comercialização de peças em tecidos com tecnologia anti suor, anti odor, antiviral e com regulação térmica. As fibras celulósicas utilizadas pela empresa possuem como matéria-prima madeira de reflorestamento com origem comprovada e certificada por órgãos internacionais, garantindo que vem de origens sustentáveis. Mas não é só quem usa que é beneficiado. Os produtos da marca registram dados impressionantes quando se pensa em meio ambiente. “Nos últimos quatro anos, a Insider conseguiu evitar o consumo de mais de 500 milhões de litros de água. A produção é em formato cíclico de maneira que é possível recuperar de forma muito eficiente todos os solventes utilizados, além da obtenção de co-produtos celulósicos, reduzindo o descarte e aumentando a eco-responsabilidades”, afirma Carolina Matsuse, sócia-fundadora da marca.
Conforme o relatório da consultoria ACE Cortex, 46% dos empreendedores e colaboradores de grandes companhias afirmam já lidar com programas de ESG em suas empresas e 92% acreditam no valor desse conceito. É o que acontece também com a Yuool, empresa que nasceu com essa proposta e proporciona conforto absoluto através de calçados. Não demorou nada para conquistar seu lugar no mercado de DNVBs (marcas verticais e nativas digitalmente). Segundo o sócio Eduardo Mendes Rocha, a empresa levou um ano fazendo testes para apresentar aos consumidores calçados inovadores, térmicos, antivirais e sustentáveis, feitos de e garrafa pet reciclável e rastreada e Lã Merino, importada diretamente da Itália. Tudo isso com um certificado que atesta o respeito ao meio ambiente e ao bem-estar animal.
“Destacamos que temos o Nativa Precious Fiber, um certificado mundial que atesta que os produtos da marca são feitos respeitando todos os pilares da sustentabilidade: o social, ambiental e financeiro. Nossos calçados foram muito bem acolhidos, cerca de 96% das avaliações são positivas e o feedback da experiência do cliente é sempre muito favorável. A nossa média de recompra de outros produtos de um mesmo cliente é de 30%, o que mostra que, cada vez mais, as pessoas estão se conectando com marcas responsáveis com o que fazem e, principalmente, com o meio ambiente”, acrescenta o sócio.
No exterior o boom já acontece há tempos. O relatório do Fórum dos EUA para Investimento Sustentável e Responsável de 2020 descobriu que os investimentos relacionados a ESG por parte de empresas norte-americanas aumentaram 42%, para US$ 17 trilhões em apenas dois anos. Para Carolina, as empresas que adotam a responsabilidade e ética da tecnologia por meio de operações sustentáveis e transparentes podem se diferenciar, atraindo novos clientes, investidores e receitas de produtos e serviços que os consumidores não consideram como alternativas. “Isso pode desencadear uma competição saudável entre as marcas que ainda não aderiram ao movimento do ESG. Além disso, o meio ambiente é quem mais agradece com todas essas ações”, finaliza a empresária.
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