sexta-feira , 19 abril 2024
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Investir no exterior: quatro opções para diversificar a carteira e aumentar a rentabilidade

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Relatório divulgado recentemente pela Capital Research analisa vantagens e desvantagens de investimentos em ativos estrangeiros via BDRs, ETFs, fundos de ações e corretoras americanas

 A busca por renda variável está cada vez mais presente na vida dos brasileiros. Prova disso é que, em julho, o número de investidores ativos no segmento de ações passou, pela primeira vez, de 2,8 milhões, o que corresponde a um aumento de 130% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Paralelo a este movimento, cresce também a quantidade de pessoas interessadas em diversificar geograficamente seus investimentos, estratégia altamente recomendada pela Capital Research para alcançar uma rentabilidade satisfatória, mesmo com as taxas de juros nas mínimas históricas.

No primeiro momento, é natural que os investidores concentrem seus ativos no Brasil, afinal, é mais fácil se sentir confortável com empresas que são presentes no dia a dia e que têm atuação local. Entretanto, esses aspectos não estão relacionados com o nível de oportunidade ou de rentabilidade de cada ação. Na prática, isso significa que nem todas as melhores opções estão listadas na bolsa brasileira. Mesmo considerando fatores de risco, como o câmbio ou as relações políticas, apostar na diversificação geográfica da carteira de investimentos é uma boa pedida. E o melhor, uma pedida que está cada vez mais acessível.

Para facilitar a vida dos investidores e auxiliar na busca por opções de ativos, a Capital Research publicou um relatório que explica, de forma detalhada, as quatro principais alternativas para quem quer investir no exterior, com as vantagens e desvantagens de cada um. O texto, do analista Felipe Silveira, aborda os ETFs (Exchange Traded Funds), os fundos de ações ou multimercados, as corretoras americanas, e os tão falados BDRs (Brazilian Depositary Receipt), que de antemão já não são a melhor opção, e você vai entender o porquê.

BDRs: taxa de 5%, IOF de 0,38%, dividendo tributado, baixa liquidez e variação cambial

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil que representam outro título no exterior. Eles voltaram aos holofotes desde que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) alterou as regras, no início de agosto, e ampliou o acesso a este tipo de ativo. Até então, os BDRs Nível 1 eram restritos a investidores qualificados, ou seja, àqueles que possuíam mais de R$ 1 milhão em aplicações. Com a atualização, as possibilidades de se tornar dono de uma ação da Amazon ou da Apple, por exemplo, ficaram maiores. É possível executar toda a negociação na B3 direto com sua corretora aqui do Brasil.

Porém, apesar de serem uma alternativa mais fácil para investidores brasileiros aplicarem em ativos estrangeiros, os BDRs têm inúmeras desvantagens, como a baixa liquidez, a variação cambial, os custos tanto na corretagem quanto no pagamento de Imposto de Renda no Brasil e as taxas descontadas pelas intermediadoras. “Os pagamentos em dinheiro são taxados em 5% pelos bancos que vão intermediar a emissão. E você também paga 0,38% de IOF. Além de que, o dividendo, nos EUA, já é tributado, ou seja, efetivamente, você pagará a mesma coisa para comprar uma ação, mas levará 5% menos”, explica Felipe Silveira

ETFs: Fáceis, disponíveis em pequenos lotes e de baixo custo

Já os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de investimentos com a particularidade de que são negociados diretamente no home broker. Nesse caso, para investir em ações estrangeiras na B3, existem duas possibilidades: o IVVB11 e o SPXI11, ambos de gestão passiva e que replicam o S&P 500, principal índice de ações americanas, com empresas como Microsoft, Apple, Amazon, Facebook, Google e Johnson & Johnson.

A escolha de um ETF deve passar por três características principais: o índice que ele busca replicar, a taxa de administração e a liquidez do ETF. O IVVB e o SPXI replicam o mesmo índice, e possuem taxa de administração muito próximas (0,23% e 0,21%, respectivamente). Com isso, a principal diferença entre eles é a liquidez, que coloca o IVVB11 em uma posição mais favorável, com uma média de R$ 49 milhões de negociação por dia, enquanto o SPXI11 tem cerca de R$ 4,5 milhões por dia. “É uma diferença considerável. E sabemos que quanto maior a liquidez de um ativo, mais facilidade você terá para vendê-lo sem influenciar muito o preço. Por isso, apesar da taxa de administração, aqui na Capital nós preferimos o IVVB11”, afirma Silveira.

Para ter acesso ao mercado americano e conseguir diversificar seus ativos via ETFS, o pequeno investidor só precisa de uma conta em alguma corretora brasileiras e arcar com o custo referente à taxa de administração e à corretagem, muitas vezes zerados. Esta é a grande vantagem dos ETFs, que ainda podem ser negociados em lotes com 10 cotas, consideravelmente menor que o lote padrão de ações, de 100.

Entretanto, como as outras alternativas, os ETFs também têm seus pontos negativos: “A desvantagem é que você não consegue fazer uma gestão ativa dos seus investimentos no exterior, o chamado stock picking, escolhendo uma carteira diversificada, mas que te proporcione buscar retornos mais altos que o S&P 500”, ressalta o analista.

Fundos de ações ou multimercados: Gestão ativa e restrições de investimento

Também é possível investir em ativos estrangeiros via fundos de ações ou multimercados. Eles são de fácil acesso, pois estão disponíveis nas principais plataformas de bancos e corretoras, e têm como principal vantagem a gestão ativa e profissional, que permite buscar retornos acima do índice. Porém, existem poucas opções de fundos, especialmente para pequenos investidores. Além disso, dependendo do fundo, as taxas podem ser elevadas, e há limitações de investimentos para investidores não-qualificados.

Para Felipe Silveira, “os fundos poderiam ser opções interessantes, mas a limitação de exposição para fundos abertos para investidores não-qualificados e, em alguns casos, as taxas de administração e performance elevadas também são fatores que pesam bastante contra”.

Corretora Americana: Diversidade de ativos 

Por último, ter uma conta em uma corretora americana também é uma opção e pode ser mais simples do que se imagina. Hoje em dia, muitas delas aceitam investidores não residentes nos Estados Unidos e, com a conta aberta, é possível negociar livremente milhares de ativos por diferentes vias, como ETFs e REITs. Em alguns casos, há até isenção de corretagem. O processo de abertura de conta não é difícil, mas possui alguns pontos de atenção, que estão detalhados no relatório da Capital Research.

Com base na análise das quatro alternativas citadas, o analista Felipe Silveira conclui que “a baixa liquidez e as comissões em cima dos dividendos tornam os BDRs poucos atraentes. Já no caso dos fundos, o problema está na limitação de exposição para investidores não qualificados e nas taxas de administração e performances elevadas”.

Sendo assim, o especialista da Capital Research acredita que as melhores opções para quem deseja ampliar seus investimentos negociando ativos no exterior é investir em ETFs e em corretoras: “ETFs cumprem bem o básico: tem um custo baixo, oferecem diversificação e facilidade. Já nas corretoras gringas você vai ter acesso a todos os ativos do maior mercado do mundo também a um custo baixo. Com ETFs, você tem bem menos trabalho e com as corretoras americanas você pode escolher exatamente os ativos da sua carteira. E aí a melhor escolha depende apenas da sua preferência!”, encerra.

O relatório completo está disponível aqui.

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