sexta-feira , 19 abril 2024
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Novidades envolvendo smart payments têm mudado o mercado, mas ainda geram muitas dúvidas

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O mercado de soluções financeiras digitais está cada vez mais complexo e cheio de possibilidades. Porém nem sempre é fácil acompanhar todos os detalhes dessas novas soluções e produtos. Quando falamos de smart payments, é muito comum que se encontre algumas dúvidas, sobretudo quando abordamos soluções financeiras com poucos anos de existência, como o Pix. É por isso que o Head de Financial Products & Services da Certsys, Thiago Cassini, apresenta algumas explicações sobre dois produtos financeiros, em smart payments, que estão gerando muitas dúvidas: o split de pagamentos aplicado ao Pix e o Pix parcelado.

Recentemente o Pix completou dois anos de existência. Observando bem o período, a Febraban realizou um levantamento sobre a ferramenta de pagamentos que já ultrapassou as transações via DOC, TED e boleto juntas. Foram feitas 26 bilhões de transações, com valores chegando a R$ 12,9 trilhões. Não é por acaso que a solução tende a se desdobrar em novos produtos e possibilidades, sobretudo quando falamos em uma tecnologia que pode ser aplicada a vários contextos com o simples uso de APIs adicionadas a tantas plataformas que usam pagamento.

“O Pix foi uma revolução tal qual o talão de cheques, cartões de crédito e a TED foram antes dele. Ele é muito fácil de usar e, por isso, a curva de adoção dele é muito pequena, ademais as integrações digitais necessárias hoje são muito mais simples, e é justamente por isso que ele continuará a se desenvolver em novas possibilidades”, explica Cassini.

Uma das novidades envolvendo o Pix é do split de pagamentos sendo usado em seu contexto. Para aqueles que não estão familiarizados com o conceito, o split de pagamentos é utilizado por quaisquer empresas que possuem, em seu cotidiano de pagamentos, grandes quantidades de transações que demandam que parcelas diferentes de um valor pago se destinem a empresas diferentes. A ferramenta divide, no ato do pagamento, imediatamente, as porcentagens adequadas do pagamento que se destinam a cada fonte. Na Certsys, para citar um exemplo, são projetadas soluções de split de pagamentos que podem ser muito bem aproveitadas por marketplaces e outros segmentos.

“Sobre as soluções de splits de pagamentos disponíveis no mercado, é bem simples. Vamos supor que sua empresa possui um marketplace que agrega vendedores de inúmeras redes comerciais. Quando um cliente compra de vários fornecedores diferentes ao mesmo tempo, ele não paga várias contas diferentes, pois está no marktplace. Ele realiza apenas uma transação, com o marketplace, independentemente da forma de pagamento escolhida, porém o valor de cada produto precisa ser destinado adequadamente a cada fornecedor, e uma porcentagem ainda é destinada a serviços como o frete e à porcentagem e vendas do marketplace. O split funciona com a aplicação de regras programadas previamente, por meio de APIs, que fazem exatamente isso, dividindo na hora da compra qual valor vai para quem, sem demandar que o marketplace tenha que se preocupar com isso em cada uma das milhares de vendas que ele realiza por dia”, conta Cassini.

O split aplicado ao Pix não é diferente. “Simplesmente estamos aplicando a possibilidade de realizar esse tipo de divisão ao produto de pagamentos Pix, algo que não existia antes e só funcionava com meios de pagamento mais tradicionais. Pode parecer simples, pois na prática, para o cliente, nada muda, mas para os vendedores e os marketplaces faz toda a diferença, dado que eles podem oferecer o Pix como meio de pagamento para seus clientes, seguindo a tendência do mercado de adotar essa solução de pagamento já tão popular”, comenta Cassini.

Porém é preciso tomar cuidado para não confundir o split de pagamentos aplicado ao Pix com o que está sendo chamado de Pix Parcelado. “Essa modalidade de pagamentos ainda é algo muito recente, tanto que ainda não possui regulamentação no Banco Central, que já tem planos de regulamentar tudo em 2023. Muitas empresas se adiantaram em criar meios de possibilitar o Pix parcelado, pois mesmo sem regulamentação definida não é uma solução ilegal. Atualmente, esse produto só existe em bancos privados, o que faz com que ainda precisemos de algumas diretrizes mais sólidas para direcioná-lo”, aponta Cassini.

O Pix Parcelado funciona de forma bem semelhante ao cartão de crédito virtual que diversos aplicativos possuem atualmente. “O cliente compra, escolhe o Pix como modo de pagamento, porém na modalidade “parcelado”, escolhendo em quantas vezes vai dividir o pagamento. A diferença de um cartão de crédito, por exemplo, está em outros lugares. Por exemplo, o cliente não precisa ter o valor total da compra disponível no ato, como seria, com o limite disponível em um cartão. Aqui não há, exatamente, limites de crédito iguais aos de um cartão. Apesar disso, quem está vendendo recebe o valor integral da compra, como seria em um cartão de crédito, e o parcelamento é cobrado pelo banco na conta do seu correntista. A falta de regulamentação entra justamente no que diz respeito a como essa parcela será cobrada. Há empresas que descontam o valor do limite do cartão de crédito, por exemplo, e há aquelas que descontam de outras funções, como a conta corrente. Os detalhes ainda não foram definidos, então cada empresa que oferece o serviço o faz de acordo com sua preferência, obviamente com o consentimento e acordo de seus correntistas”, explica Cassini.

Apesar dos detalhes ainda por definir, o especialista está otimista: “essas soluções são avanços para o setor financeiro. Elas geram possibilidades, são facilmente implementáveis e fazem todo o ecossistema de sistemas financeiros e smart payments crescer, e é muito importante participar desse momento, desenvolvendo soluções a serem aplicadas em bancos e instituições financeiras diversas, como fazemos na Certsys, ou simplesmente aderindo ao modelo, pois esse realmente é o futuro da tecnologia para o finance”, finaliza.

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