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Por que a tecnologia ainda assusta e desafia as empresas no Brasil?

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Por Otto Pohlmann *

É difícil imaginar qualquer empresa, independentemente do porte ou do segmento de atuação, que não tenha o suporte de alguma ferramenta tecnológica em seus processos. Basta uma rápida olhada no dia a dia corporativo para ter noção do alcance destas soluções: do webmail corporativo à plataforma de gestão empresarial, passando por softwares de segurança e de controle, a tecnologia já é parte integrante de nossas vidas tanto no pessoal quanto no profissional. Entretanto, mesmo com tamanha popularidade e aceitação no uso, não são poucas as companhias que ainda enfrentam dificuldades de implementar e utilizar esses recursos para otimizar ainda mais o negócio.

É um cenário que aos poucos está mudando – ainda que a passos lento e não em todos os setores. No total, as empresas brasileiras investem, em média, 8% do faturamento líquido em TI, segundo pesquisa da FGVcia, o Centro de Tecnologia de Informação Aplicada vinculado à Fundação Getúlio Vargas. O número parece ser bom (e é mesmo), mas o mesmo estudo aponta que, enquanto as organizações de serviços investem 11,4% do faturamento em tecnologia, as companhias de comércio destinam apenas 3,8%. Como se vê, ainda há muito a ser feito para garantir que a transformação digital aconteça na mesma velocidade e com a mesma qualidade em todas as áreas.

Esse receio na adoção de tecnologias decorre de três fatores principais. O primeiro deles tem raiz histórica. Constantes crises políticas e econômicas ao longo do século 20 impediram um melhor preparo das organizações e dos profissionais às transformações tecnológicas que eclodiram a partir dos anos 1980. Enquanto América do Norte e Europa preparavam políticas de inovação, por aqui combatíamos a hiperinflação. Dessa forma, chegamos tarde ao cenário de digitalização e encontramos soluções com preços mais elevados. Pior: além de pagar caro, nem sempre o fornecedor escolhido tinha a capacidade de entregar os projetos desejados pela organização.

O segundo fator foi o tempo investido por empresas e desenvolvedores para se adequarem à regulação fiscal.  Mais de 300 mil leis tributárias já foram publicadas desde a vigência da Constituição de 1988. Somadas a todos os atos administrativos normativos publicados pela Receita Federal e as secretarias de fazenda estaduais e municipais, são mais de três milhões de normas.  Isto fez nossas empresas investirem em regulação ao invés de inovação.  Mesmo softwares estrangeiros de larga utilização no exterior necessitavam investimentos vultosos para atenderem o compliance fiscal exigido por todas estas leis e normas regulatórias.

O terceiro elemento é cultural. No Brasil, a figura do dono da empresa que acumula funções e toma decisões com base apenas em sua visão e experiência compromete o desenvolvimento de uma estratégia voltada à inovação e à tecnologia. Sem a presença de um profissional especializado em TI na diretoria executiva, o que se vê são organizações realizando projetos na área sem nenhum embasamento ou referência. Dessa forma, qualquer iniciativa é tomada mais pela preocupação com a concorrência do que pelo planejamento traçado anteriormente, com definição de cenários, ações e metas a serem alcançadas. Em suma: a grande maioria vai empurrando a tecnologia do jeito que dá.

No atual momento em que vivemos, nem é preciso reforçar que se trata de uma visão equivocada sobre a tecnologia e os negócios em si. A pandemia de covid-19 reforçou a importância que as ferramentas digitais têm na rentabilidade de uma organização. Aquelas que já contavam com uma estrutura voltada às soluções de TI se adaptaram mais rapidamente às mudanças provocadas pelo novo coronavírus e, consequentemente, voltaram à normalidade bem antes do que aquelas que estavam estagnadas no assunto. Pesquisa da Accenture de 2019 já indicava que empresas que investem mais em tecnologia chegam a ter acima do dobro de receitas de quem disponibiliza poucos recursos.

A maioria dos casos que envolvem receio com a tecnologia tem como causa principal o desconhecimento dos profissionais sobre o funcionamento daquela ferramenta. Portanto, mais do que investir em soluções caríssimas, o recomendado é apostar primeiramente na qualificação e educação dos colaboradores no assunto. Para isso, conte com o apoio de fornecedores que também atuam como consultores, oferecendo não só os melhores produtos e serviços, mas auxiliando no dia a dia sempre que solicitados. Dessa forma, o medo fica para trás e a organização finalmente dá um passo importante rumo à transformação digital e ao futuro.

*Otto PohlmannéCEOdaCentric, empresa de tecnologia que fornece soluções completaspara atender aos requisitos de segurança e da LGPD,com foco em implementação, treinamento e suporte a fim de ajudar a sustentar o desenvolvimento de negócios de todos os portes e setores – e-mail:[email protected]

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