Por Marcos Farias*
A computação em nuvem é parte do cotidiano. Muitos não sabem, mas vários serviços que utilizam são suportados por ela. Por meio dessa tecnologia, é possível trabalhar de casa, por exemplo, com a possibilidade de acessar dados e informações da empresa. Quantos de nós não salvam seus arquivos e documentos no Google Drive, no OneDrive ou no Dropbox? Cloud computing, ou computação em nuvem, é o que está por trás disso.
Para as empresas em geral, o uso da nuvem não é mais uma possibilidade, mas sim questão de escolher que tipo de nuvem é mais indicada para seu negócio. Assim, a nuvem híbrida ganha terreno. Publicada em maio deste ano, a nona edição do Flexera 2020 State of the Cloud destaca as últimas tendências de computação em nuvem, com foco em infraestrutura como serviço (IaaS) e plataforma como serviço (PaaS). O resultado mostrou que 87% das empresas pretendem adotar a nuvem híbrida.
Esse modelo busca oferecer o melhor das redes pública e privada, permitindo um nível de personalização e autonomia na gestão maior do que o possível numa nuvem pública.
Na nuvem pública, o grau de domínio é reduzido, uma vez que a companhia fornecedora da infraestrutura de nuvem é responsável pela maior parte de processos, como controles de segurança de acesso físico, atualização de sistemas e ações de manutenção. Não permite personalizar todas as configurações, mas há ganhos de flexibilidade e de custos. Esta é a escolha do maior número de empresas clientes.
Na nuvem privada, ao contrário, o usuário a molda de acordo com suas necessidades e urgências, personalizando todos os aspectos que considerar necessários para a melhor execução de seus serviços. A empresa que a adota também é responsável por toda gestão técnica, o que naturalmente inclui a manutenção de hardware e software. No entanto, o gasto com essa infraestrutura tende ser maior pois todos os componentes do custo são assumidos pela empresa, sem repartição alguma com outros “inquilinos”, como ocorreria na nuvem pública.
Com a nuvem híbrida, usuários podem ter um nível de personalização maior e, com isso, criar processos mais inteligentes. Ao mesmo tempo, a companhia tem acesso a um ambiente público, com alta escalabilidade e menor custo de manutenção, e a um ambiente privado, esculpido para suas necessidades e com alto nível de controle.
Conheça quatro vantagens da nuvem híbrida:
Mobilidade – Com os recursos disponíveis pela web para todos os usuários, a empresa pode flexibilizar as suas rotinas sem perder competitividade. Regimes de trabalho e equipamentos para trabalhar não se tornam impeditivos à qualidade dos serviços da companhia.
Flexibilidade – Possibilita ao empreendimento direcionar recursos para ambientes privados e públicos de maneira mais fácil e rápida. Um exemplo recorrente é aquele em que, se houver necessidade de mais escalabilidade para uma aplicação estratégica, como atender a demandas sazonais (vendas de fim de ano, por exemplo), basta migrá-la no todo ou em parte para o ambiente de cloud público.
Custos – Um dos motivos mais relevantes para empresas utilizarem a computação em nuvem é a busca por redução de custos. Com a cloud híbrida, o negócio conseguirá manter seus gastos com alto nível de controle. Embora essa forma de nuvem seja mais cara que a pública, acaba sendo mais barata do que a privada, mas gastos com subutilização de infraestrutura são, no mínimo, reduzidos.
Segurança – Permite bom nível de segurança, pois é possível adotar (e aplicar) regras personalizadas, que são gerenciadas de maneira centralizada. Assim, é possível implantar mudanças rapidamente e responder com agilidade a tentativas de ataque.
A nuvem híbrida também traz alguns desafios. Veja três deles:
TI – É preciso contar com uma equipe de TI que seja capaz de conhecer e entender as especificidades desse modelo. Pode ser necessário que a equipe faça cursos sobre cloud computing, já que a complexidade para operar uma nuvem híbrida é maior que aquela para operar uma nuvem simplesmente pública.
Compatibilidade – A compatibilidade entre as tecnologias usadas nas nuvens privada e pública pode se tornar um problema. É preciso saber em que elas são compatíveis e se a empresa possui os processos e tecnologias adequados para executar seus serviços nas duas plataformas.
Integração – É essencial saber como é feita a integração entre dados e aplicativos na nuvem híbrida, pois existem aqueles em que um é inútil sem o outro: é uma relação simbiótica. Sem essa integração, pode acontecer, por exemplo, de não conseguir executar aplicativos importantes para o negócio.
Ainda assim, o modelo híbrido tem alto nível de flexibilidade, sendo possível integrá-lo a todos os processos da empresa, eliminando gargalos em suas rotinas, o que tem impacto positivo na competitividade. Basta, no entanto, avaliar se é o mais indicado para o seu negócio.
*Marcos Farias é CEO e sócio-fundador da Arki1, empresa de treinamento especializada em Google Cloud, certificada pela gigante do Vale do Silício, que em 2019 a escolheu como Google Cloud Authorized Training Partner of the Year na América Latina. [email protected].
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