domingo , 28 abril 2024
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Empreendedores criam negócios para impulsionar empreendimentos sociais e chegam a cinco países em 1 ano

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Apesar de primordial para qualquer negócio que se proponha a gerar transformações sociais positivas, o propósito, sozinho, pode não ser suficiente. Arcabouço técnico e construção de uma rede de apoio devem ser metas de quem quer ver seu projeto sair do papel ou não se perder no meio do caminho. Ao perceberem esse cenário,os empreendedores sociais Alexandre Barbosa, Araceli Silveira e Alexandre Amorim decidiram unir suas experiências no setor para fundar a AGO Social, um negócio baseado em programas de formação especializada, conexões e capital para quem quer atuar ou já atua no ecossistema de impacto positivo.

Em agosto de 2022, a iniciativa completou seu primeiro ano em operação somando 350 alunos de cinco países: Brasil, Angola, Canadá,  Equador e Estados Unidos; 63% são empreendedores(as) sociais e 37% são profissionais do Terceiro Setor, sendo suas principais causas a educação, a geração de renda para mulheres e o meio ambiente. O crescimento da empresa reflete um setor em ascensão. Segundo a Aspen Network of Development Entrepreneurs, negócios de impacto movimentam cerca de US$ 60 bilhões em nível global. Para a Pipe.Social, no 3º Mapa dos Negócios de Impacto Social e Ambiental, a pandemia acelerou a área. Salvar as pessoas e o planeta entrou definitivamente na ordem do dia do setor empresarial.

Programas de formação

Uma das fórmulas para o resultado expressivo da AGO é a aposta em metodologias próprias. Para desenvolvê-las, os fundadores fizeram mais de 100 entrevistas com empreendedores sociais, cinco focus group (discussão em grupo) e conversas com especialistas de todo país. Uma das constatações do estudo é o de que a insegurança sobre como sair do estágio inicial é uma das principais queixas de quem está à frente de empreendimentos sociais, seguida da falta de conhecimento sobre como atrair investimentos.

Com base no aprofundamento, em apenas doze meses a AGO Social desenvolveu quatro programas de formação. O carro-chefe é o ‘Empreendedorismo Social na Real’, que busca preencher todas as lacunas que empreendedores sociais encontram no caminho: inovação social, jornada empreendedora, modelagem de negócios, tração e investimento de impacto, além de envolvê-los em atividades práticas, estudos de caso e imersões em comunidades.

Outros programas trazem conteúdos focados em temáticas específicas, como é o caso do Liderança para o Impacto. Todos os cursos são conduzidos por especialistas e empreendedores sociais experientes, que já passaram pelas mesmas dificuldades e dúvidas enfrentadas pelos participantes do curso. São mais de 50 facilitadores referências no setor, como Lina Maria Useche (Aliança Empreendedora), Juliana Mitkiewicz (Lab Cidades/Insper) e Gustavo Fuga (4YOU2).

Ex-aluno, o Arquiteto e urbanista Heitor Arrais fundou o Palha Social, um negócio de Goiás que tem o propósito de democratizar a arquitetura para pessoas em vulnerabilidade socioeconômica por meio de ações voluntárias feitas em parceria com estudantes da área. Foi com o crescimento do negócio que ele viu a necessidade de aprender mais sobre o setor. Pesquisando, conheceu a AGO e se matriculou no programa ‘Empreendedorismo Social na Real’. “O curso nos dá as ferramentas não como uma receita pronta, mas para colocá-las na realidade em que a gente vive. Ele é extremamente prático, com professores competentes que têm histórico de produção e resultado”, avalia. “Na AGO, os professores dão um caminho de como fazer a coisa acontecer. Eu mergulhei nesse processo e, no final, acabei ganhando um concurso de pitch que eles fizeram”.

Só no Brasil, já foram impulsionados empreendimentos em mais de 120 municípios distribuídos em 20 estados. “Levamos o empreendedorismo social para estados onde as pessoas nunca tinham ouvido falar sobre isso”, orgulha-se o cofundador Alexandre Amorim, eleito pela Meaningful Business, em 2021, uma das 100 lideranças globais que se destacam pela atuação em negócios que geram lucro ao mesmo tempo em que buscam resolver problemas da sociedade e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

“Chegar a um ano de atuação com os resultados que acumulamos, é motivo de bastante satisfação para a nossa equipe. Tive a oportunidade de trazer experiências e vivências de diversas partes do Brasil e no mundo em meu caminhar profissional até aqui, e sempre nos preocupamos com a intenção de oferecer a nossos mentorados o máximo de excelência que formos capazes de fornecer”, comemora Amorim.

O crescimento da empresa também reflete o momento do setor dos negócios de impacto, que tem movimentado cerca de US$ 60 bilhões em nível global e registrado aumento aproximado de 7% ao ano. Os dados são de um levantamento recente promovido pela Ande Brasil (Aspen Network of Development Entrepreneurs), uma rede de empreendedores de países em desenvolvimento. Segundo o 3º Mapa dos Negócios de Impacto Social e Ambiental, publicado pela Pipe Social, a pandemia acelerou a área. Salvar as pessoas e o planeta entrou definitivamente na ordem do dia do setor empresarial.

Empreendedorismo feminino

Do Rio Grande do Sul, a empreendedora social Elisangela Rodrigues fez parte da primeira turma de formação criada pela AGO. Sócia-fundadora do ‘Eu, Nós, Elas’, Elisangela conecta mulheres ao mercado de trabalho na área de reformas gerais e manutenção na construção civil. Ao estudar com a AGO, viu a profissionalização do negócio aumentar. “Fiquei encantada com as ferramentas ofertadas pela AGO, pela rede de contatos que nos abre, pela conexão com os mentores e pela qualidade da jornada em impacto social que nos ofereceram. Sou uma grande admiradora do que a AGO é capaz de fazer pelos negócios sociais”, comenta.

Elisangela faz parte de um grupo majoritário na AGO: as mulheres formam 67% das pessoas que fazem os cursos de formação. Também da primeira turma, Melissa Senne começou o curso sem um modelo claro sobre seu empreendimento. As provocações feitas pelos professores despertaram nela a vontade de dar um passo para trás para se reestruturar. “Nisso, eu consegui ir internalizando e entendendo melhor o meu negócio”, relembra. “A AGO conseguiu me dar o significado sobre o que eu faço”, complementa Melissa, que é fundadora do Vitrine Solidária, um marketplace exclusivo e gratuito para pequenos negócios. Aqueles que se interessam, ajudam a financiar o trabalho de marketing digital oferecido gratuitamente para ONGs.

Planos de expansão

Depois das conquistas do primeiro ano de atuação, o trio de empreendedores sociais da AGO almeja ir além. “Queremos agora fechar nosso alcance aos 26 estados do Brasil e ao Distrito Federal, somar ainda mais cidades abrangidas, aumentar nosso portfólio de programas ofertados e, no próximo ano, chegar a até dois mil alunos impactados”, detalha Amorim.

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