Os fornecedores de serviços de ADM no Brasil demonstram um nível mais avançado de utilização da IA generativa em comparação com seus concorrentes de outras regiões. No entanto, os grandes fornecedores de serviços de alcance global mostram uma abordagem cautelosa em relação à incorporação da IA generativa em seus portfólios, em parte devido aos desafios inerentes à implementação de inovações em equipes de grande dimensão. É o que revela a nova edição do estudo ISG Provider Lens™ Next-Gen ADM Services 2023, distribuído pela parceria TGT ISG.
No que diz respeito à implementação de IA generativa, o relatório indica que os fornecedores de menor porte e maior agilidade desfrutam de uma vantagem inegável sobre seus concorrentes maiores, que continuam demonstrando cautela ao adotar essa tecnologia em seus portfólios, em parte devido à natural complexidade associada à introdução de inovações em equipes maiores.
“Os fornecedores de serviços que operam unicamente no Brasil contam com uma equipe de menos de 5 mil especialistas em aplicações, enquanto uma organização de médio porte supervisiona aproximadamente mil profissionais, o que proporciona maior nível de controle ao explorar a IA generativa”, explica Pedro L. Bicudo Maschio, distinguished analyst da ISG e autor do estudo. Segundo ele, a maioria dos fornecedores de serviços globais emprega entre 20 e 200 mil profissionais, tornando a tarefa de trocar equipes altamente desgastante.
De acordo com o estudo, as empresas que adotaram ferramentas de programação de IA generativa enfrentaram a necessidade de treinar e educar programadores, com o objetivo de elevar a produtividade. Um desafio considerável na expansão da aplicação da IA generativa para novos usos reside no fato de que as companhias esperam que ela seja capaz de aprender e empregar seu código proprietário para gerar código exclusivo. No entanto, esse processo ainda precisa ser aprimorado.
As soluções de GenAI utilizam como base para a geração de código, além das bibliotecas públicas, a solicitação feita pelo programador, o que limita o sistema. “A IA generativa é muito boa para identificar erros no código-fonte e sugerir correções, assim como ler partes do código-fonte e explicar o que eles fazem, fornecendo documentação e reduzindo o tempo necessário para um analista entender uma aplicação legada. Só que a IA generativa escreve código que aprendeu em bibliotecas públicas de aplicações, e não tem a capacidade de escrever a lógica ou o fluxo do programa”, explica.
O relatório reforça que a IA generativa não substitui os especialistas, mas aprimora a eficiência deles. As atuais soluções de IA generativa ainda não atingiram seu pleno desenvolvimento. A maioria dos fornecedores de serviços que as adotam está atualmente explorando suas potencialidades, com a expectativa de alcançar um aumento de produtividade na faixa de 40% a 70% em tarefas específicas. “O resultado é o aumento na qualidade, confiabilidade e segurança. A aplicação da IA generativa na criação de aplicações também tem o potencial de elevar a produtividade geral do projeto. No entanto, os fornecedores não conseguiram apresentar evidências concretas de que a produtividade individual possa alterar a duração do projeto”.
Adicionalmente, o relatório analisa a transição das empresas, que estão deixando para trás o desenvolvimento ágil centrado principalmente em software, e passando para uma visão mais abrangente de produtos digitais que engloba uma variedade de aplicações. De 2020 a 2022, houve uma carência de profissionais qualificados e uma crescente demanda por serviços de aplicação. No entanto, no segundo semestre de 2022, o mercado desacelerou e 2023 começou com uma tendência de queda. Os fornecedores de serviços entrevistados para o estudo mencionaram que as eleições no Brasil e a incerteza econômica tiveram um grande impacto em 2022, o que resultou em um primeiro trimestre desafiador em 2023, com uma leve recuperação no segundo trimestre.
“Os prestadores de serviços que tiveram maior agilidade para se adaptar observaram um aumento nas receitas e conseguiram manter sua vantagem competitiva. No entanto, todas as empresas fornecedoras relataram um crescimento de receita entre 2022 e 2023, o que sinaliza que o mercado de serviços de aplicação continua a expandir-se gradualmente. No decorrer de 2023, novos contratos de terceirização compensaram a diminuição na demanda por parte dos clientes tradicionais”, finaliza.
O relatório ISG Provider Lens™ Next-Gen ADM Services 2023 para o Brasil avalia as capacidades de 61 fornecedores em cinco quadrantes: Agile Application Development Outsourcing, Agile Application Development Projects, Application Managed Services, Application Quality Assurance e Continuous Testing Specialists.
O relatório nomeia Capgemini e Wipro como Líderes em três quadrantes cada, enquanto Accenture, DXC Technology, Iteris, Softtek, Stefanini e Tech Mahindra são nomeadas como Líderes em dois quadrantes cada. Base2, BRQ, CI&T, Compass UOL, e-Core, FCamera, GFT, Globant, Inmetrics, NTT DATA, Objective Group, Prime Control, Sempre IT, Sofist, TCS, Thoughtworks, TIVIT, T-Systems, Vericode e Yaman são nomeados como Líderes em um quadrante cada.
Além disso, GFT, Inmetrics, Spassu e SVLabs são nomeadas como Rising Stars – empresas com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG – em um quadrante cada.
Versões personalizadas do relatório estão disponíveis na Iteris, Objective, Orange Testing, Prime Control, Sofist, Spassu e Vericode.
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