Em meio à crise sanitária que o Brasil enfrenta desde o início da pandemia de Covid-19, deflagrada em março de 2020, muita coisa mudou no mundo do trabalho. Uma das maiores transformações vistas nos últimos dois anos foi a acelerada transição para o digital. Por trás dela, tornaram-se cada vez mais requisitados os profissionais de marketing digital.
Muitos setores já vinham se adaptando para as vendas e canais de comunicação online, enquanto outros ainda precisaram aprender a utilizar o que se tornou um dos principais canais de compras no país e no mundo. Em 2021, as vendas do e-commerce apresentaram um crescimento de 27% em relação ao ano anterior, que já era de aumentos. De acordo com o relatório Webshoppers, elaborado pela consultoria NielsenIQ/Ebit, categorias como alimentos e bebidas e bens de giro rápido foram os maiores impulsionadores desse crescimento, e o setor de vendas online movimentou cerca de R$ 180 bilhões no ano passado.
O marketing digital, que ajuda empresas e serviços a se posicionarem nos canais digitais, conquistarem clientes e ampliarem suas vendas, foi essencial para esse crescimento. Com a grande adesão ao online, esse também foi um setor que se expandiu muito nos últimos anos, como relata Marcos Vinícius Costa, Head de Operações em Mídia da agência de marketing digital Rocky.Monks. “Com a pandemia, houve uma intensificação e aceleração desse movimento de digitalização de novos negócios, assim como a expansão daqueles que já estavam presentes no meio digital. Um reflexo da busca das empresas por esse mercado é visto também no aumento do interesse dos profissionais pelo trabalho com marketing digital”, afirma.
Dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que, antes de 2019, apenas 50% das empresas sondadas pela instituição faziam vendas online; procuradas em meados de 2021, ao menos 80% das mesmas organizações já estavam presentes no meio digital. “Isso traz a necessidade de ter profissionais atuando em todas as frentes do marketing digital: tecnologia, mídias pagas, SEO, entre outras. Isso criou e continua ampliando as oportunidades para ingressar nessa área”, completa o Head de Operações em Mídia.
Interesse dos profissionais
Uma rápida consulta na ferramenta Google Trends mostra o crescimento do número de pesquisas no buscador sobre “trabalhar com marketing digital”: se as buscas eram tímidas em meados da década passada, tiveram um grande salto a partir de 2020, quando a boom do e-commerce fez com que aumentasse a necessidade de profissionais. A própria Rocky.Monks foi um exemplo disso: o quadro de colaboradores da empresa aumentou 127% em 2021 e a expectativa para 2022 é de um crescimento de aproximadamente 90% na equipe.
Entre os fatores que despertam o interesse pela área está o uso expressivo de redes sociais, mesmo que na condição de usuário comum. De acordo com Marcos Vinícius Costa, o fato de o usuário já possuir familiaridade com as ferramentas pode deixá-lo mais confiante no trabalho que pode vir a executar: “Entender como as redes utilizam seus algoritmos para impactar os usuários com propaganda certamente deixa quem ingressa no marketing digital intrigado. Quem atua em marketing digital já deve ter ouvido aquela clássica pergunta: ‘meu celular está me escutando? Por que, se eu não procurei por este produto, ele apareceu pra mim?’. Na verdade, o usuário está ligado a todo um público semelhante em seu entorno, e só não sabe disso. A história é mais longa, mas, de forma sucinta, podemos resumir assim”, afirma.
Contudo, Marcos Vinícius destaca ainda que o setor de marketing digital também atrai muitas pessoas com promessas de dinheiro fácil. Além do e-commerce, a pandemia foi um período em que se proliferaram também os cursos, palestras e lives, em que pessoas que se autodenominam “experts” em determinados assuntos apresentam conteúdo gratuito em um evento online com o objetivo de vender um curso sobre o tema. Com marketing digital, não foi diferente: “Deve-se tomar cuidado para entender se você está entrando nesse mercado ou apenas sendo fisgado para comprar promessas de trabalhos fáceis”, ressalta.
Crescimento da demanda
De acordo com o Head de Operações em Mídia, a Rocky.Monks acompanhou o crescimento de demanda do mercado por profissionais qualificados e expertise na área de performance. “Tivemos um crescimento de 165% no quadro de colaboradores em 2020, primeiro ano em que fomos atingidos com tudo pela pandemia. No início das restrições, assim como na grande maioria das grandes empresas, tivemos que definir planos de ação para mitigar possíveis quedas ou saídas de clientes. Mas, mesmo enfrentando baixas de faturamento nos primeiros meses de restrição e por conta de toda incerteza que abateu o mercado de forma geral, não fizemos sequer um desligamento para cortar custos: procuramos soluções para trazer mais receita e manter o quadro de colaboradores como estava e também para crescer”, explica.
A Diretora Comercial da agência, Daniela Gebara, explica que o que fez de 2020 um ano com um cenário positivo para a empresa foi que a solução para as grandes empresas atenuar a queda de faturamento que viria de canais físicos passou a ser, em parte, coberto pelo aumento das vendas originadas dos canais digitais. “Com foco nos canais digitais e com nosso background em performance, conseguimos trazer excelentes resultados para nossos clientes, o que refletiu também no crescimento da Rocky.Monks”, finaliza.
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