A sucessão empresarial é um tema crucial e desafiador para empresas em todo o mundo. Segundo o estudo da Harvard Business Review “Succession Planning: Ensuring Leadership Continuity and Building Talent from Within”, para ter um processo efetivo, os empresários precisam construir uma base sólida para abordar a sucessão como uma parte vital da estratégia empresarial, em vez de uma eventualidade inevitável.
No Brasil, quem recentemente trouxe o assunto à tona foi o livro “Como ser um inútil e se tornar milionário” de Alberto Junior (2022). A obra aborda não apenas a importância do desapego dos líderes, mas também oferece insights valiosos sobre os princípios que podem guiar os executivos nesse processo desafiador.
Alberto Junior, empresário com mais de 30 anos de experiência em ajudar empresas a se consolidarem. Ele argumenta que, ao se tornarem dispensáveis em suas funções, os líderes criam um ambiente propício para a ascensão de novos talentos e garantem a continuidade dos negócios.
“Ao valorizar o sucesso dos outros, buscar constantemente a melhoria e adotar uma visão de longo prazo, os líderes podem criar um legado, promovendo uma cultura empresarial que transcende as limitações individuais. Dessa forma, a sucessão de liderança não apenas mantém a continuidade dos negócios, mas também fortalece a capacidade da empresa de se adaptar e prosperar em um ambiente em constante evolução”, declara Junior.
Os 12 princípios de um inútil competente e relevante
Mas como se tornar um inútil competente para isso? Segundo Alberto Junior, existem 12 princípios que auxiliam no processo que não apenas desafiam as normas tradicionais, mas também oferecem uma estrutura inovadora para orientar os líderes durante o processo de sucessão. Esses princípios incluem a valorização do sucesso dos outros, a busca constante por melhoria e a visão de longo prazo:
- Fazer com que os outros se deem bem é a chave-mestra da inutilidade;
- Estar sempre contente, mas nunca satisfeito;
- Ter uma visão de longo prazo;
- Pessoas são a chave de tudo
- O equívoco é um sinal amarelo, apenas;
- O objetivo compensa a dor;
- Cada um tem o que faz por merecer;
- Tudo é uma questão de replicar e remodelar;
- Nada se faz da noite para o dia;
- Sonhos só servem na cama, tenha objetivos gigantescos;
- Seguir a trilha da inutilidade: necessidade, transformação, aprendizado, independência, comprovação, propagação, estímulo e ser incansável;
- A cada dia estou mais perto da inutilidade competente e relevante.
Sucessão familiar: um erro previsto
No contexto da sucessão empresarial, é comum observar erros recorrentes que podem comprometer o futuro da empresa. Um equívoco frequente é a escolha de sucessores baseada em laços familiares em detrimento das competências necessárias para a gestão eficiente do negócio.
“Empresas familiares, em particular, muitas vezes enfrentam desafios significativos nesse aspecto. A prática de passar a liderança para um filho sem a devida avaliação de suas aptidões e preparo pode resultar em consequências desastrosas”, avalia Alberto Junior.
A estratégia ideal para uma sucessão familiar assertiva, portanto, envolve uma abordagem criteriosa e transparente. Isso inclui a avaliação objetiva das competências dos potenciais sucessores, independentemente de seus laços familiares, por meio de consultores externos ou comitês imparciais. Além disso, investir no desenvolvimento profissional dos membros da família interessados, promover uma comunicação transparente sobre o processo, considerar talentos externos e documentar um plano de sucessão claro, estabelecendo critérios específicos e um cronograma para a transição, são práticas essenciais.
“Essa abordagem visa garantir que a liderança seja transferida com base no mérito e nas habilidades necessárias, minimizando riscos e fortalecendo a continuidade bem-sucedida da empresa”, finaliza o especialista.
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