quinta-feira , 25 abril 2024
Microempreendedores
Ínicio Empreendedorismo Como acelerar a recuperação de micro e pequenas empresas?
Empreendedorismo

Como acelerar a recuperação de micro e pequenas empresas?

1.2k
Compartilhe

Por Regina Fernandes

As micro e pequenas empresas pedem socorro há muito tempo. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março deste ano, essa parcela significativa de empreendedores é a que mais sente os impactos da crise econômica. Com queda média de faturamento de 51% a nível nacional, como mostra pesquisa realizada pelo Sebrae e pela FGV (Faculdade Getúlio Vargas), boa parte delas se encontra com dívidas ou prestes a fechar. Nada do que foi feito até aqui será suficiente para atravessarmos os próximos meses.

A prorrogação dos prazos de vencimento de alguns tributos federais foi fundamental para manter o caixa no início da crise. Da mesma forma, as diversas concessões de linhas de crédito – em especial, a do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) – deram o fôlego que muitos negócios precisavam para quitar dívidas com fornecedores, adquirir insumos necessários para a atividade ou mesmo para investir em inovações que o ajudariam a adquirir novos clientes.

Porém, como já era previsto, os prazos já começaram a vencer sem nenhuma perspectiva de retomar o fluxo de caixa como antes. Apesar da reabertura do comércio e de outros serviços em boa parte do país, o apetite do consumidor não é mais o mesmo. Isso porque mais de 3 milhões de brasileiros perderam o emprego durante a pandemia, segundo o IBGE. A renda familiar foi drasticamente reduzida e os gastos passaram a ser destinados somente ao essencial. Sem ter arroz e feijão na mesa, é impossível pensar em aplicar o dinheiro contado em qualquer outra coisa. Para quem está empregado, o clima de incertezas também esfria o consumo. A lógica de todos é poupar – afinal, não sabemos ao certo as consequências que essa crise ainda trará nos próximos anos.

Neste momento, com a volta da cobrança de impostos, fim da política de jornada reduzida com redução de salário e do financiamento do governo na folha de pagamento, as empresas não têm outra alternativa a não ser buscar por empréstimos. De acordo com o estudo do Sebrae mencionado anteriormente, a parcela de micro e pequenos empresários atrás de financiamentos cresceu de 30%, em abril, para 46%, em junho.

A ajuda do governo demorou a chegar – e quando veio, durou pouco. A linha de crédito do Pronampe esgotou em apenas um mês e mal deu para todos. A nova liberação para o programa, no valor de R$ 12 bilhões, terá de ser organizada para atender pelo menos três situações diferentes: empresários que já haviam dado entrada na documentação, mas não conseguiram o empréstimo; novas solicitações de quem ainda não havia se beneficiado pelo programa; e ainda novos pedidos de quem conseguiu o empréstimo anteriormente, mas cujo valor foi insuficiente para reavivar o negócio.

Novamente, há de se esperar que esses R$ 12 bilhões não serão o bastante e se esgotarão com facilidade. Boa parte das micro e pequenas empresas está na UTI, implorando por ajuda. Mas, uma vez com esses recursos em mãos, é preciso que os empresários saibam exatamente como aplicá-los. Sabendo que o consumo da população reduziu, deve-se ter uma boa gestão de caixa e uma relação próxima com o contador, garantindo, assim, a saúde organizacional. Também é importante negociar com bancos e fornecedores, buscando as melhores oportunidades para quitar as dívidas.

Por fim, sabendo da dificuldade de o governo oferecer novas liberações de crédito, as empresas precisam pensar em maneiras de se tornarem mais independentes. Reduzir custos, buscar inovações e criar parcerias comerciais estratégicas são algumas medidas com poder de dar sobrevida aos negócios. Infelizmente, sem saber onde essa crise irá nos levar, é difícil fazer planos, mas uma coisa é fato: será impossível vencer fazendo mais do mesmo. Precisamos fortalecer as novas ideias e criar novos caminhos para comercializar. Entender o que o cliente espera de você é fundamental para adaptar suas ofertas.

Procure buscar sobre inovação, seja para aplicar esses conceitos em produtos, serviços ou mesmo no seu modelo de negócio. Certamente, refletir sobre a sua atividade irá ajudá-lo a entender melhor esse momento e como se sobressair. Com essa atitude, será possível acelerar a recuperação da sua empresa!

Regina Fernandes é perita contábil, trainer em gestão, mentora e responsável técnica da Capital Social, escritório de contabilidade com 10 anos de atuação que tem como objetivo facilitar o dia a dia do empreendedor. Localizado na cidade de São Paulo, atende PME´s do Brasil inteiro por meio de uma metodologia de contabilidade consultiva, efetiva e digital.

Compartilhe

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Conteúdo Relacionado

De ex-detento a barbeiro da seleção brasileira, Rafa Cortes conta como prosperar no ramo da barbearia

O Brasil é o segundo maior mercado de beleza masculino, ficando atrás...

Dívidas milionárias impulsionam a trajetória de uma empreendedora que mudou as regras do jogo

Em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, uma jovem enfrentava...

Rede de franquias aposta em importação direta da China para ampliar catálogo de produtos e impulsionar vendas

Em uma estratégia audaciosa para fortalecer sua presença no mercado e oferecer...