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Consumo pós-pandemia: os melhores negócios para quem quer empreender

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Pesquisas apontam que segmentos relacionados a delivery, vida saudável e autocuidado devem permanecer em alta com hábitos de consumo fortalecidos durante a pandemia

Seja por necessidade ou por desejo pessoal, o brasileiro sempre possuiu um espírito empreendedor, que, em períodos de crise, fica ainda mais perceptível. De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 1 em cada 4 brasileiros  estão empreendendo atualmente — só em 2020, mais de 3 milhões de negócios foram abertos. Entre eles, o destaque fica para as micro e pequenas empresas, que já são responsáveis por 27% do PIB e 52% dos trabalhadores formais do país.

Para quem pensa em começar a empreender, este pode ser um bom momento. Segundo Guilherme Hernandez, CEO da startup Kyte, que oferece uma plataforma de vendas e gestão para pequenos comerciantes, o cenário de pandemia trouxe uma grande valorização do comércio local em diversas comunidades. “Uma pesquisa realizada pela Mastercard no fim de 2020 mostrou que 76% dos brasileiros descobriram e começaram a consumir em empreendimentos de seus bairros durante o confinamento. Isso significa injeção de dinheiro na comunidade e impulso para a recuperação econômica”, complementa.

Para aproveitar a oportunidade, novos empreendedores devem estar atentos às tendências do mercado e investir em produtos que estejam de acordo com as necessidades dos consumidores durante e após a pandemia. Estudos apontam que os negócios em alta no mercado neste momento são principalmente aqueles relacionados a delivery, vida saudável e autocuidado — segmentos que refletem hábitos de consumo que se popularizaram ao longo do último ano.

Pratos prontos e saudáveis são destaque

Necessidade básica do ser humano, a alimentação é um segmento que sempre oferece oportunidades aos empreendedores. Uma das principais é o ramo do delivery, diante do crescente distanciamento dos consumidores com a cozinha — mesmo antes da pandemia, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o Food Service registrou um aumento de 184,2% entre 2009 e 2019. Com a crise de Covid-19, esse movimento se intensificou ainda mais e, mesmo com a reabertura de bares e restaurantes, deve continuar presente como um hábito na vida dos brasileiros.

Outra tendência de consumo que deve permanecer é a aquisição de alimentos congelados — uma alternativa entre aqueles que não têm tempo ou não gostam de cozinhar. “Também notamos que a preocupação com a alimentação cresceu muito na pandemia, acompanhando a busca por uma vida mais saudável de forma geral. Um segmento que cresceu bastante nesse sentido foi a venda de produtos vegetarianos ou veganos, que já vinha aumentando nos últimos anos”, reforça Hernandez.

Em 2018, 14% da população brasileira se declarava vegetariana. Apesar de não haver pesquisas mais recentes sobre o assunto, é perceptível que esse índice sofreu novos aumentos, considerando o crescimento no número de restaurantes e de produtos específicos para esse público, até mesmo entre grandes empresas de proteína animal e fast food.

Beleza continua em alta com foco no autocuidado

Segundo a Forbes, o Brasil é o 4º maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, o que faz o segmento ser alvo de diversos empreendedores. “Esse setor está em constante movimento, é muito inovador e sabe se adaptar. E não foi diferente com a pandemia: mesmo quando as pessoas não estavam saindo de casa, a tendência do autocuidado se espalhou e fez com que os cosméticos continuassem vendendo bem”, diz Hernandez.

Na mesma linha da alimentação saudável, a venda de cosméticos naturais e artesanais apresentou um crescimento interessante, confirmando novos hábitos dos consumidores relacionados também à conscientização ambiental. De acordo com estudo da plataforma Teads realizado em 2020, 62% dos brasileiros acreditam que os cosméticos deveriam ser formulados apenas com ingredientes naturais e orgânicos.

Outro segmento que vem se destacando e está diretamente relacionado à saúde é o de artigos esportivos — que, segundo estudo da Konduto, aumentou as vendas em 188% na pandemia. “As pessoas começaram a se exercitar em casa, já que não podiam mais ir a academias e outros espaços de atividade física, o que levou a um aumento grande na procura por halteres, colchonetes e tapetes de ioga”, conta o CEO da Kyte. “No pós-pandemia, embora muitos devam voltar aos seus espaços de exercício, outros devem permanecer fazendo atividades em casa ou até mesmo alternando entre as duas possibilidades.”

Pets e decoração seguem como tendência

Com mais tempo em casa, muitos consumidores estreitaram relações com seus animais de estimação — sem contar aqueles que aproveitaram o período para adotar uma nova companhia. Consequentemente, mesmo com a crise econômica, o mercado voltado para pets teve um crescimento considerável em 2020, conforme dados do Instituto Pet Brasil. Agora, mesmo com a retomada, a tendência é que muitas pessoas permaneçam em home office ou adotem um regime de trabalho híbrido, mantendo essa relação próxima com seus animais. “Ração, brinquedos, produtos de cuidado e acessórios, por exemplo, são itens que representam uma ótima oportunidade para quem quiser empreender na área”, reforça Hernandez.

Além disso, com a maior permanência em casa, outra tendência de consumo que deve continuar mesmo no pós-pandemia é a de itens de decoração, como quadros e artesanatos. “As pessoas tendem a querer fazer pequenas mudanças que tornem o ambiente mais agradável e aconchegante”, explica o CEO da startup de vendas e gestão.

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