sexta-feira , 26 abril 2024
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5 dicas para lidar com o estresse emocional da falência e seguir em frente

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Os efeitos da pandemia aumentaram o número de pedidos de falência. De acordo com a Boa Vista, empresa de crédito que reúne informações comerciais e cadastrais de mais de 130 milhões de empresas, em 2020 eles saltaram 12,7%, e as falências decretadas cresceram 1,9%, na comparação com 2019.

Com isso, muitos empreendedores tiveram de partir para uma nova jornada, abrir outra empresa rapidamente para ter uma nova fonte de renda. Mas será que, engatar um negócio no outro sem lidar com as emoções abaladas pelo estresse da recente falência, é uma boa tática para o futuro desse negócio?

“A maioria das pessoas não tem clareza sobre o que sentem. Isso, muitas vezes, prejudica a tomada de ações e decisões”, comenta Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em avaliação de desempenho e comportamento em gestão e liderança.

A falência de um negócio, por exemplo, pode gerar muitas emoções negativas, como medo, frustração, insegurança, tristeza. Não entendê-las ou sequer saber lidar com elas (e outras) pode colocar em risco um negócio que acabou de começar.

“Toda empresa, por conta de suas responsabilidades, gera uma forte carga emocional no empreendedor. Com uma falência, isso se potencializa e, às vezes, faz com que a pessoa tome muitas decisões erradas, prejudicando o futuro do novo negócio”.

Por isso, Wanderley ressalta a importância da inteligência emocional neste momento delicado e dá algumas dicas sobre o que fazer.

  1. A primeira delas é não romantizar essa nova etapa. O aprendizado gerado pela experiência anterior é válido, mas isso não garante o sucesso do negócio. “Muitas vezes, as pessoas romantizam o processo de empreender, não esperam por dificuldades já enfrentadas anteriormente ou acham que elas serão mais simples agora. Isso pode gerar uma frustração muito grande”, diz.
  2. Olhar para a causa e ação é a segunda. Para quem vai começar um novo negócio e já lidou com muitos erros no passado, mas quer evitá-los no futuro, Wanderley recomenda fazer três perguntas: qual é o fato? Quais são as possíveis causas? Quais ações podem ser colocadas em prática para mudar essa realidade?

“A nossa personalidade funciona de modo repetido. É comum as pessoas repetirem muitos movimentos ao longo da vida, o que faz com que os erros também se repitam. Para a sustentação do negócio, é necessária muita racionalidade para que o processo não fuja do seu controle emocional e você possa evitar erros do passado”, explica.

  1. A terceira é focar naquilo que se faz muito bem. Segundo o psicólogo, a rotina de quem abre uma empresa é, muitas vezes, solitária. Por isso, a pessoa acaba lidando com várias atividades, como contabilidade, administração, logística.

“É muito difícil ser bom em tudo o tempo todo e, vindo de uma falência, pode passar a sensação de que a pessoa não está fazendo o seu melhor ao ponto de comparar o novo negócio com o fracasso do anterior”. Portanto, a dica é focar no que se faz melhor e dedicar mais tempo para isso. “Desta forma, emocionalmente, o empreendedor vai se sentir mais satisfeito e motivado para evoluir as etapas do seu negócio”.

  1. A quarta é ter mais paciência e resiliência. Ao começar um negócio, o empreendedor pode ter certa dificuldade para aceitar que voltou à “estaca zero” e, com isso, querer agilizar o processo de crescimento. “A falta de paciência, de entender que tudo tem seu tempo, pode gerar muita ansiedade nessa pessoa e atrapalhar o desenvolvimento do negócio”, destaca Wanderley.

Quanto à resiliência, é entender que dificuldades e outras crises virão. “Saber lidar com elas e, consequentemente, com as emoções geradas, está diretamente relacionado ao desempenho do empreendedor e ao sucesso do negócio”, acrescenta.

  1. Por fim, planejar o novo negócio em três cenários: pessimista, realista e otimista – principalmente o pessimista. “O empreendedorismo é um jogo de expectativas. Traçar vários cenários e saber das condições que podem te levar a cada um desses caminhos ajudará no decorrer do processo e, principalmente, na hora de lidar com as emoções e situações, caso elas não saiam da melhor maneira possível”, finaliza.
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