No mundo conectado, engana-se quem acredita que não existe nenhum tipo de lei. Uma abordagem que coloca a privacidade e a proteção de dados como prioridade desde o início do desenvolvimento de qualquer projeto (produto, serviço ou sistema), não parece má ideia, dado que, no mercado digital, os dados são considerados ouro.
Então, para evitar que os “ouros dos usuários” sejam utilizados de qualquer forma, surgiu o Privacy by Design, uma ideia pioneira moldada na década de 90 pela Ph.D. canadense Ann Cavoukian, uma verdadeira especialista em privacidade de dados. Os sete princípios básicos que ela elaborou se tornaram a base dessa metodologia inovadora, que visa proteger empresas, organizações e usuários de vários problemas. A seguir será possível conferi-las em primeira mão.
Princípios da ideia pioneira de Ann Cavoukian
Vale lembrar que essa metodologia não é apenas uma abordagem ética, ela também confere vantagens competitivas às organizações que a adotam. A garantia de privacidade tornou-se essencial para os consumidores e reguladores, e as empresas que demonstram compromisso claro com a proteção de dados ganham a confiança de seus clientes, principalmente em território nacional. A seguir, estão listados os princípios que norteiam a metodologia de Ann.
- A abordagem proativa e não reativa de empresas é algo extremamente válido;
- Serviços, sistemas e produtos devem ser desenvolvidos com sistemas que protegem os dados pessoais de titulares;
- O design não pode divergir das medidas adotadas para a proteção de dados de titulares;
- Não pode deixar de ser inserido a segurança de ponta a ponta;
- Práticas empresariais não podem ser feitas sem visibilidade e transparência e devem respeitar a privacidade dos usuários sempre.
Metodologia no Brasil
A ideia pioneira de proteção de dados é uma abordagem que prioriza a incorporação de medidas de privacidade desde o início do desenvolvimento de qualquer projeto, como visto no decorrer do artigo até o momento. Já a LGPD, lei em vigor no Brasil desde setembro de 2020, estabelece as diretrizes legais para o tratamento de dados pessoais, o que difere as duas um pouco.
Quando esses dois estão trabalhando em conjunto, formam uma estrutura muito sólida para garantir a segurança e privacidade das informações pessoais dos cidadãos brasileiros em primeiro lugar. Mas isso funciona apenas em território nacional, afinal, a LGPD é válida somente aqui! Para saber mais, confira as vantagens competitivas e a aplicação prática da metodologia.
Vantagens competitivas e aplicação prática
Ao abraçar esses princípios desde o início, as organizações podem evitar custos significativos associados à correção de problemas de privacidade após o lançamento de produtos ou serviços. A reputação da empresa também é preservada, pois os clientes valorizam companhias que respeitam e protegem suas privacidades a todo custo.
Os seus princípios podem ser aplicados em diversos elementos do ecossistema de informação, desde o desenvolvimento de tecnologias específicas até a definição de operações de negócios e a implementação de infraestruturas de rede. Essa abordagem holística visa criar um ambiente onde a privacidade não seja uma funcionalidade adicional, mas, sim, um componente central e inseparável de cada projeto.
Esses princípios de segurança de dados não são apenas uma metodologia; são uma filosofia que promove a responsabilidade, a transparência e o respeito pelos dados pessoais dos seus fiéis usuários, que confiam cegamente em seus sistemas de proteção.
Ao adotar essa abordagem desde o início, as organizações não apenas cumprem os regulamentos de privacidade, mas também constroem relacionamentos duradouros com seus clientes, baseados na confiança e na integridade.
A integração proativa da privacidade no DNA de cada projeto é a chave para o sucesso em um mundo digital cada vez mais consciente da privacidade e também cada vez mais desconfiado graças aos grandes golpes envolvendo dados sensíveis.
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