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Tesla e Bitcoins: Uma relação que vêm estremecendo os investidores

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*Adriano da Silva Santos 

A Tesla disse em sua recente declaração de ganhos que vendeu 75% de seus Bitcoins. A fabricante de carros elétricos foi duramente atingida pelos bloqueios da COVID-19 na China e seu proprietário, Elon Musk disse que a incerteza contínua significava que precisava maximizar suas reservas de caixa e garantiu aos investidores que a venda não era um reflexo de suas opiniões sobre o Bitcoin. Nesse período houve uma queda de 3% após o anúncio, porém de acordo com dados do CoinMarketCap, a moeda digital subiu mais de 11% nos últimos sete dias. 

Apesar de Elon Musk ser um grande entusiasta das criptomoedas, a Tesla tem uma relação mista com esses ativos digitais. Mesmo que observemos que o empresário twitta regularmente sobre o mercado – particularmente sobre o seu token favorito, Dogecoin (DOGE) – a marca possui uma instabilidade quando se trata de comercializá-las.

Para se ter noção, a Tesla comprou US $1,5 bilhão em Bitcoin no início de 2021 e vendeu 10% de suas participações nos meses seguintes. Além disso, foram noticiados que a fabricante aceitaria pagamentos em Bitcoin, uma decisão que desempenhou um papel significativo no rali de criptomoedas subsequente. No entanto, em maio de 2021, a Tesla mudou sua postura. A empresa disse que suspenderá os pagamentos do Bitcoin devido a preocupações ambientais. Essa foi uma das razões para a primeira grande queda de preços de criptomoedas em 2021. Na época, Musk disse que não havia planos de vender suas participações em Bitcoin.

Vale a pena notar que a criptomoeda não é o principal negócio da Tesla. De fato, muitos argumentaram que o alto custo ambiental da mineração de Bitcoin está realmente em desacordo com os valores de sustentabilidade da companhia. Durante a teleconferência de resultados da Tesla, Musk disse que: “O objetivo da Tesla é acelerar o advento da energia sustentável”, reforçando ainda mais a contradição nessa dualidade.

O que isso significa para os investidores?

A decisão da Tesla de vender não teve um grande impacto no preço do Bitcoin. A notícia interrompeu uma grande corrida. A líder das criptomoedas ultrapassou brevemente US $24.000 pela primeira vez em mais de dois meses. Contudo, ao contrário de outros movimentos de Tesla e de Musk, a reação à venda foi relativamente silenciosa.

Há duas razões potenciais para isso. Primeiro, a venda já aconteceu. Em sua declaração de ganhos, a Tesla disse: “No final do segundo trimestre, convertemos aproximadamente 75% de nossas compras de Bitcoin em moeda fiduciária”. Isso obviamente deve ter um impacto no sentimento do mercado, mas o grupo não deve vender mais quantidades significativas nas próximas semanas.

Em segundo lugar, esse movimento não reflete uma perda de confiança na criptomoeda por parte da Tesla. O recente crash das criptomoedas abalou as crenças de muitos investidores no potencial de longo prazo da indústria, mas não é por isso que a Tesla diz que vendeu. “Certamente estamos abertos a aumentar nossas participações em Bitcoin no futuro, então isso não deve ser considerado um veredito sobre o Bitcoin”, disse Musk na teleconferência de resultados da empresa. Ele acrescentou: “É só que estávamos preocupados com a liquidez geral da empresa, devido às paralisações na China”.

Outro ponto é que a Tesla diz que vendeu o Bitcoin por um ganho realizado. Isso pode interessar a outras empresas que consideram adicionar Bitcoin aos seus balanços. Entretanto, é importante que se diga, que a Tesla agora está submersa em outros ativos digitais que detém no momento. Com isso, há alguma garantia no fato de que Tesla conseguiu liquidar mais de US $1 bilhão em BTC sem incorrer em grandes perdas, apesar da dramática queda nos preços das criptomoedas.

Afinal, quais os próximos passos?

Nos últimos anos, Tesla e Musk tiveram um impacto enorme nos preços das criptomoedas, porém, a notícia de que a Tesla já vendeu uma grande parte de suas criptomoedas é apenas um pontinho nas paradas em comparação com outras questões em jogo. Não apenas a indústria que amadureceu nos últimos 18 meses, mas as criptomoedas como um todo, estão enfrentando tempestades muito mais significativas.

O mundo está às voltas com a inflação em espiral, uma crise de energia e temores de recessão. Os mercados de criptomoedas estão sofrendo com o fracasso de várias plataformas e empresas conhecidas e há uma preocupação com o impacto do aumento da regulamentação. Muitos investidores em criptomoedas estão preparados para outras más notícias, todavia é pouco provável que elas partam da Tesla ou de Elon Musk.

INFORMAÇÕES DE CONTATO 

Adriano da Silva Santos é um jornalista e escritor, formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina. 

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