quinta-feira , 25 abril 2024
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O que a tecnologia tem feito para combater a pandemia de covid-19?

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Por Sérgio Yoshioka e Márcia Ito*

Não é exagero dizer que, se não fosse a tecnologia, a pandemia de covid-19 seria muito mais impactante para a economia e a sociedade global do que está sendo atualmente. Não que a quantidade de infectados e de mortes seja irrelevante, pelo contrário. Mas graças às soluções tecnológicas é possível adotar o home office, mantendo a produtividade de diferentes setores econômicos, e diminuir o distanciamento social com chamadas de vídeos e serviços de entretenimento on demand. A questão é que essas situações são apenas um lado da moeda. Hoje a tecnologia é a principal arma que o mundo tem para reduzir, conter e eliminar o novo coronavírus.

Basta acompanhar o exemplo da Coreia do Sul, um dos países que melhor souberam lidar com o enfrentamento da doença. O governo local adaptou sua estrutura tecnológica e passou a utilizar os dados gerados por diversas soluções, como smartphones, transações de cartões e gravações de câmeras de vigilância, para rastrear e monitorar o deslocamento da população, identificando e testando pessoas que podem ter entrado em contato com possíveis infectados. Dessa forma, o avanço do novo coronavírus em seu território foi bem mais lento e muito menos letal do que em outras localidades.

As empresas que lidam diretamente com a tecnologia precisam tomar a linha de frente nessa batalha pela vida. Mesmo aquelas de setores totalmente diferentes da área de saúde podem, e devem contribuir com expertise e know-how. A boa notícia é que esse fenômeno já está acontecendo. Observa-se uma solidariedade grande entre as organizações e um estímulo maior à criatividade, como várias iniciativas empregando impressoras 3D, amplamente utilizadas na indústria, dedicadas à fabricação de viseiras de proteção e até mesmo de válvulas para bombas de oxigênio, desafogando hospitais.

No exterior, gigantes tecnológicos como AWS, IBM, Microsoft, Intel, entre outros, uniram esforços a fim de disponibilizar servidores para computação de alto desempenho para pesquisas, como o covid-19 High Performance Computing (HPC) Consortium. No Brasil, a Petrobras participa do projeto Folding@home, colocando 60% da capacidade do Santos Dumont, nome do maior supercomputador da América Latina, sediado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ), à disposição para pesquisas relacionadas ao combate ao novo coronavírus e a outras doenças. São dois petaflops, que equivalem à capacidade de processamento de dois milhões de laptops.

É um fato que a pandemia intensificou o processo de transformação digital pela necessidade de sobrevivência das empresas. Ao mesmo tempo, permite novas possibilidades e percepções, como o trabalho remoto e a própria capacidade de trabalhar em conjunto com outros setores. É importante ressaltar que a infraestrutura de internet é o alicerce deste novo momento, mas ainda há grande parte do país que não tem acesso adequado tampouco equipamento computacional para isso. O desafio daqui para frente vai ser diminuir essa barreira tecnológica.

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Estamos em uma situação atípica, que desafia o poder público e as empresas a manterem a economia ativa ao mesmo tempo que buscam soluções de saúde pública para evitar o avanço da doença. Neste momento, é preciso usar máscaras se for necessário sair do isolamento, respeitar normas sanitárias, de solidariedade e recomendações de saúde bem como promover união de esforços com todos os atores da sociedade. Em algum momento a covid-19 vai ser controlada. Essa terrível doença, que causou aflição e mortes pelo mundo, também traz mudanças permanentes na sociedade, no uso da tecnologia, no comportamento, na economia e, assim esperamos, na valorização da ciência e da vida.

*Prof. Sergio Yoshioka é coordenador de cursos da área Computação e Tecnologia no Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL. Representante Institucional da Sociedade Brasileira da Computação.

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